Ser o pai de um bebê prematuro também deve ser extremamente complicado. Afinal, ele também sonhou com um bebê que não que veio.

Em seu lugar veio um mar de situações difíceis de lidar.

Uma esposa ferida, um bebê na incubadora e muitas vezes entubado, vários médicos com quem interagir enquanto a vida continua.

Lidar com um problema cuja solução está fora de controle para quem, teoricamente, é a figura racional da família deve ser um dos maiores desafios da vida de um pai. Mesmo sabendo que não tem o controle sobre a vida e a morte, o zelo pelo bem estar de sua esposa e seu bebê são sua responsabilidade.

A insegurança avassaladora na hora de tomar decisões, a agonia da falta de informações, a solidão por não dividir suas dúvidas e sentimentos obscuros com sua companheira porque alguém tem que ser forte e manter a situação sob controle. Isso sem dizer da constante impressão que ele tem de que todos esperam que ele tome “uma atitude de macho” quando ele encontra-se totalmente vulnerável.

É… pai também se sente desamparado, impotente e solitário.

Texto: Monica Xavier
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