Carta aos Pais
Queridos Pais!
A descoberta de que o bebê nasceu com deficiência, entre elas a T21 (síndrome de Down), quer durante a gravidez, logo após o parto ou durante a infância, tira o chão da maior parte das famílias, levando-as a um estado de melancolia e depressão não condizentes com os momentos de festa e de celebração que uma criança normalmente traz para a família.
Noites e noites mal dormidas, sonhos mal sonhados, realidade difícil de engolir. São tempos de questionamento e de briga com o universo e com a própria vida.
Nesta hora, caminhar pode ser difícil, o futuro se mostra ameaçador e, mesmo muito bem acompanhados, existe a terrível sensação de solidão e abandono.
Falar em acolhimento da mãe e da família que recebem um bebê inesperado significa reconhecer de que há momentos em que não importam os sonhos que um dia sonhamos, a vida nos interrompe e nos chama para darmos conta de coisas que considerávamos inimagináveis.
Acolher significa estar presente, de maneira plena e consciente, ouvindo de forma ativa e livre de juízo de valor o que esse casal tem a dizer no momento em que recebe a notícia de que seu filho não é aquele que eles por tanto tempo imaginaram. Implica validar sentimentos e sensações e dar espaço para todo tipo de questionamento. Acolher é respeitar a dor e o tempo que ela necessita para passar, não rotulando nem repreendendo sentimentos. O acolhimento responsável exige preparo, há de ser cuidadoso e respeitoso.
Aquele que acolhe olha nos olhos do outro e se dispõe a dividir com ele suas dores e angústias, trilhando um caminho de pedras e flores em busca de outros sonhos para sonhar.
Não importa quão confusas, difíceis e escuras as coisas pareçam estar, o Instituto Empathiae está aqui para acompanhar esses pais nessa nova jornada.
Um grande abraço,
Mônica Xavier – Fundadora e Presidente do Instituto Empathiae